Colonoscopia Intervencionista: tecnologia médica que vem do outro lado do mundo
A coloproctologia é a especialidade médica dedicada ao tratamento das doenças do intestino grosso (cólon), reto (parte final do intestino) e ânus. Um dos grandes avanços dessa especialidade é a colonoscopia intervencionista, técnica utilizada para a retirada de lesões relacionadas ao câncer de intestino. Conversamos com o coloproctologista criciumense, Dr. João Cláudio Wasniewski que retornará ao Japão no próximo mês para mais uma especialização nessa área.
O que é e para que serve a colonoscopia?
A colonoscopia é um exame que avalia o intestino grosso e a porção final do intestino delgado através de um equipamento óptico. A colonoscopia permite diagnosticar e retirar os pólipos intestinais, além de detectar o câncer intestinal em um estágio precoce com taxas de cura em torno de 90%.
E a Colonoscopia intervencionista, o que seria?
Consiste na retirada de lesões intestinais durante o exame de colonoscopia. Essa técnica foi desenvolvida inicialmente para a retirada de pequenos pólipos intestinais, mas com a evolução tecnológica, até mesmo algumas lesões cancerígenas passaram a serem removidas desta forma. A grande vantagem consiste na possibilidade de evitar a realização de grandes cirurgias com internações prolongadas. Em mãos experientes, o procedimento pode ser realizado em caráter ambulatorial e com o retorno às atividades habituais no dia seguinte.
Quem deve fazer a colonoscopia?
Todo o adulto com mais de 45 anos deveria realizar o exame de colonoscopia com o objetivo de identificar e retirar pequenos pólipos intestinais. O câncer de intestino tem como característica um crescimento lento a partir dos pólipos, assim é possível prevenir quase na totalidade esse tipo de câncer se o paciente realizar corretamente o exame. Vale lembrar que a colonoscopia é operador dependente, isso quer dizer que o profissional que executa o exame deve ter treinamento técnico adequado, além de realizar com calma o procedimento para que seja identificado o maior número possível de lesões. Pacientes com sintomas como dor abdominal, sangramento anal, perda de peso ou alteração do hábito intestinal também devem realizar a colonoscopia.
Porque escolher um país tão distante como o Japão para se especializar?
O Japão é o grande polo precursor da colonoscopia. Foram os próprios japoneses que desenvolveram os primeiros colonoscópios e, até hoje, é de lá que surgem novas tecnologias para a prevenção e tratamento do câncer de intestino. Já estive em duas outras especializações no Japão e posso dizer com convicção que foram meses de intenso aprendizado e crescimento pessoal.
Em qual centro médico que você fará a especialização?
Nesta nova etapa profissional terei a oportunidade de acompanhar o NTT Medical Center na cidade de Tóquio. Neste centro trabalha o famoso médico Ken Ohata, um dos colonoscopistas mais experientes do Japão e do mundo. Terei a chance de trazer para a região de Criciúma tratamentos de ponta na área de colonoscopia e de cirurgia colorretal!
Quais os principais pontos sobre a colonoscopia que o leitor deve guardar na memória?
- A colonoscopia está indicada para todos os adultos maiores de 45 anos ou antes se houver história familiar de câncer.
- Deve-se escolher um profissional especializado em colonoscopia.
- O exame deve ser realizado com calma, pois o objetivo é identificar pequenas lesões e retirá-las antes que evoluam para o câncer.
- É muito importante realizar corretamente a dieta de preparo intestinal antes do exame.
- Na presença de pólipos durante o exame, pergunte ao seu médico em quanto tempo a colonoscopia deve ser repetida.
